segunda-feira, 12 de julho de 2010

prateleira

Não sei onde vivem os pássaros
nem por onde passa o elefante
Meu rei possui pistolas
ama poesias
e conduz uma boiada
em sua comitiva há tantas virtudes quanto bois
Como se fosse possível mudar um país de continente
e determinar finais trágicos e racionais para o amor
Se fosse permitido manter a palavra amarrada neste reinado
eu gostaria de agradecer alvoradas e crepúsculos admiráveis
Dobrar caixas e guardar cheiros
guardar chaves
manipular práxis
O espírito selvagem adormece esperando sina
Não lembro de tanto brincar quando criança
Nem lembro onde estive a noite passada
mudei meu nome
e meus cabelos cresceram
Eu estava ali
lendo uma poesia aos pés do rei
(ele tinha guardado sua pistola)
e depois contamos tantas estrelas quanto bois

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