quarta-feira, 30 de setembro de 2009

palavra em latada

pote vazio?
encha novamente.
com ideias e palavras.
corpo tranquilo?
listas incompletas de tão vazias.
destino correndo
rios fugindo
tecendo caminhos
Juntos,
à quatro pedais?
a realidade chegou
mandaram avisar
do pote cheio de amor
caiu,
quebrou.
a palavra amarrou o amor
doce língua,
dá nó em pensamento.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

dores da impossibilidade

Lamento. Que pena. Lamento a tristeza do mundo e a crueldade. Lamento que a beleza e a felicidade estejam à venda no supermercado. Lamento a surpresa pela integridade. Lamento olhos tristes ao ouvir sobre o amor.
Meu coração em alto relevo já deixou de ser pedra.

Foi um júbilo muito intenso

Depois de ficar anestesiada com a realidade limpa e bela, de esquecer o sono e o corpo oco, mentalizo calma. A alma resplandece porque todas as palavras foram ditas. Tirei a roupa e esvaziei corpos magros e indecifráveis. Vá com calma. Todos os olhos, ouvidos e dentes eu vejo. Não mais a intuição de desvendar palavras no céu da boca. Não tem como desvendar olhos tão profundos, tristes e decepcionados. E que pena me dá ouvir a desaprovação, lamentos de fracasso. Quero sugar toda a tristeza, quero tapar os ouvidos e não escutar pedidos de desculpas que me atingem o peito.
Não às máquinas, à descrença, ao medo, à covardia, à demagogia, e às puras mentiras. E é tudo tão simples, letras e números. Para de falar e fazer promessas. Desacredite e não aguarde, não espere. Quantas expectativas cumpridas e comprovadas em lugares tão doces e calmos. Sem zíper, sem máscaras, tapas ou vergonha.
Sou o que se vê e não basta. O que vejo me agrada mas é impossível não temer o mundo cruel, não parabenizar a cegueira, não desconfiar de deus.