quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

claro-escuro

há uma ordem;
calmaria na consciência
e pensamentos a trabalhar.
as grades trazem segurança
mas só é necessário proteção.
Não giro o mundo
nem protesto amores
quando neste vazio de dores
sobra espaço pra sonhos antigos
e saudade do verso que não engasga mais.
deve ser meu desfrute ao andar em coletivos:
sorrir com a moça ao telefone
e curar as carências da alma.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

amor com amor se paga

Há quem tropece nos próprios sentimentos porque eles são abundantes, fluem como suor num Fevereiro quente e sem chuva para aliviar. Esses acham que a forma mais genuína de amor é o cuidado, com razão; no entanto, esse tipo de amor esta fadado ao fim que não é mais do que a saúde do bem amado. Inocentemente imagino o amor como uma gaiola e isso implica proteção e cuidado ao passáro, implica também cerceamento. É insólito, mas há em tudo o tom em contraste, a dialética inerente ao ser: Eu vivo, alguma coisa morre; faz seca, em São Paulo tudo alagado; eu liberto, choro meu aprisionamento; cantamos, por detrás o silêncio; o amor... e a dor. A síntese? A síntese... a síntese... o massacre do grito, a invenção.