segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais um encontro de amor na TV, "A senhora que projeta o futuro". Não é filme, nem é série; tele-jornal ou novela. Talvez raios seja o globo e a ecologia, petróleo e a Bacia. Desejos e dejetos, que saem de mim, saem de mim. Vomito todo o alfabeto e converto letras em mais letras, converto pecado em brincadeira e vou seguindo por aí. E então, deixei lá travessias, e não chamo por você, Cadê você, Cadê você?
Estou no mesmo lugar, chicana e camuflada. Amante e amuada. Se não a condição feminina e a força para refleti-lá, de que serviria esta minha maturidade juvenil? Sim, eu sei que mereço... mereço e quero mais. Quero mais viver e mais você no futuro de minhas manhãs.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Minha boca tem convites equilibrados na linha bamba da razão. Envolvidos na bolha de sigilos e mistérios, horas caem bem, ora como convém. E não há certeza se soa desembaraçada ou desinstruída, clarividente ou provocativa: eis o medo de pecar.
Nesses passos profundos, presa em mergulhos ao fundo, o toque do preto quente no transparente já sem samba. Mas eu canto. Rotulo brincadeiras, navego na poeira, me perco no sertão. Faço sarro e confidencias, imponho desabafos. Eu tenho que falar.
Pronto, falei!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

participar

Tem um barco que navega, embarco quebra mar. Tem morena na espera, tem mangue a chorar. Se não faltasse tempo neste relógio, os guerreiros não estariam desaparecidos. E aqueles que fazem tesouros de imbróglios são tão loucos quanto vivos.
Eis enfim a natureza: é minha voz que imita vento, faz assovio, uiva sem parar. São meus braços os movimentos, balança água, faz onda murmurar. Deixe meu choro correr solto, tomar de volta o chão que sempre foi seu. Ai! que lamenta meu coração, que não repousa descanso, abrigo ou remanso, que absorve fluidos de águas que já foram claras, que faziam carinhos às margens e ganhavam algazarra de folhas: a pura alegria.
Cate-me, cata-vento, monumento e energia. São quentes as águas desse azul-barrento e a solidão de alguma forma acalenta peito, acalma vento; precisa ser diferente?