segunda-feira, 7 de outubro de 2013

são dois e são muitos.

um é trator, coleciona folhas, traduz palavras, seduz com letras, fã de contradições, doutor em esperteza, filosofo por vocação, orientador por natureza, nasceu em outra geração, Woddy Allen é visionário, Bob Dylan precursor. Marca encontro no chuveiro e não se molha. Um é destes que encharcam a vida de conjunções.

Outro é desatento, suave, esquecido, calado,

Ponto Destino

Precisei, antes de fazer esta postagem, desabafar algumas outras. Escritos mais antigos, do final de 2012 e meados de 2013. Também mudei o nome do blog para algo mais objetivo, mesmo que abstrato. _ Destino _ Preciso acreditar que ele me atrai, tal qual a mosca no pão doce. É minha dose de esperança. É o meu ponto forte. _Ponto_ Todas minhas buscas, minhas constatações, meus sentimentos (confusos, muitas vezes) que me levam para ... ah. É o ponto destino. Sei que ele chega todo dia, toda hora. E me liberto, pois já estou lá.

04.10.12

Preciso me achar. Aqui dentro de mim. Queria entrar em uma gaveta. Viver dentro dela com todas minhas coisas. Em um canto. Em silencio. Rezando. Agradecendo a vida.
Em dias de cansaço projetaria ruas, cinemas, praças e bosques. Sonharia e lograria ao mar. Inflaria parceiros de vida, cheios de garra. Minha gaveta dos desejos.

Mudanças

Não tenho a quem chamar nos momentos de solidão.
Ando satisfeita, mas infeliz.
Eu durmo com o travesseiro da desconfiança
e me cubro em lençóis de lágrimas.
Dessas coisas que o dinheiro não paga,
nem compra.
Ao menos, respeite meu suor
que é meu trabalho
é meu dinheiro
era meu desapego.
Quem posso chamar?
Esse sinal de ocupado,
Minha solidão,
O choro que não choro...
Mudanças, venham me libertar.

Vamos ver

Eu tenho mesmo que agradecer esses dedos quentes.
Tanto ardor.
Eu não possuo dores,
mas sufocamentos.
Típico de fugas.
Mas se fujo é procurando novo pouso.
Aquilo que sempre precisei.
Deixo um pedaço.
Um pedaço grosso
sangrento
arrependido
impotente
Esperançoso!

Enquanto esperava carnaval o cortejo passou.

Me aparecem surpresas para compassar o coração. Mas já não sei. Não sei do meu frescor, nem dos sonhos antigos. Eu renasci diferente, renasci já adulta e maquinando soluções. Talvez sem tempo para a brisa fresca dos sonhos. Eu tento. Não tenho para onde fugir.  Enfrento o receio de só brincar e deixar de ser foliona de mim. E de você.

A espera

Ato 1:
Onde estou? Me pergunto
Eis que não sei responder
Como é fácil fazer letras
Fácil é representar papéis
Pois me perco no que gostaria de dizer.

Ato 2:
Já não são palavras
Não tenho sofrimentos além das cifras que me faltam.
Sem música busco cifrões
e zeros
e será o meu desejo.
Já meu desejo de coração,
me trai
como uma paralisia.

Ato 3:
Lembrei hoje:
De quando eu ficava escutando o barulho do avião partindo.
Mas me vem o moço
me aperta a mão bem forte
e eu não estremeço.
É quase tedioso ouvir as histórias de amor
definitivamente tedioso não ter nenhuma para contar.