segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

descontente

Eu não sei por onde caio
se saio e me entrego
desisto de jogar.
Eu não sei desses princípios,
regras tolas e ordenadas
vou cumprindo.
Já estou cansada.
Eu observo corpo mas não ouço corações.
Nenhum tum tum tum que me faça desabrochar
Eu viro pedra descendo trilhas
e não busco mais olhares para me amparar.
Desisti de muita gente e sigo,
rolo descontente
de inteira e dura que me faço
ao final estilhaços
e não tem dias sem pedidos
sem angústias ou delírios.
Sempre dói alguma coisa
e eu assumo a tristeza
desde o dia em que primeiro chorei no mundo,
sem o nectar materno para me alimentar.
Serei faquir
masoquista
prisioneira
amaranta.
Terei em mim segredos
feitiços ruins nos dedos
e pena de muitos.
A pena de muitos para mim.
Desejarei a paz que ninguém tem
a liberdade que ninguém usufrui
e não darei mais sorrisos.
Há medo de ser só isso e do esperado nunca chegar.