segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Zunido de vento parado, de tão forte que grita nos faz ficar estáticos olhando tudo ao redor passar. Se ainda tenho amigos - se alguma vez os tive, peço que me orientem, me alumiem, pois não há fundo em tal poço e se não posso parar, aliviem um pouco meu peito.. pesado.
Mas ainda admirado, tanto cansado, persistente e esperançoso. Ai! A vida tá osso! Mas rôo pelas pontas, lascando sem carinho, com respostas secas e lanças.. sem lançar flechas. Muito complicado, o futuro chegando sem avisar e o tempo da terra que gira gira grila gira grita...girou. Calma, peço sem pensar, e depois rio por dentro, ter calma é impossível! E então eu acredito no que ele diz: O importante é parecer.. Mas se pareço o que não sou, tamanha contradição, nunca serei compreendida. Nem mesmo se uma única vez eu me mostrar verdadeiramente, ah, esquizofrenia de seguir e ainda parecer com tantas, tantos, um reflexo à cada espelho.
Quero saber do andarilho de bom coração, me conte o que for bom! Quero encontrá-lo virando a esquina, quando estiver distraída contando moedas, lendo letreiros en passant.
Vai passar?


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

23/05/10

As línguas são grandes facões e palavras injetam na minha veia alguma coisa ruim e feia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

mensagem de despedida

Estou aqui com felicidade imensa e tristeza enorme para dizer que vou deixar sua companhia. Também deixo estas terras para trás pois aqui nada me engrandece. É difícil. Eu já chorei de medo desse vazio e o enfrentei em dias de coragem, mas ele esta sempre aqui; latente e adormecido, pujante e ativo, cheio de desejos e esvaziado de realidade. É o vazio que abandono. Tenho que abandonar esta capa suja de lama, os contrastes, mascaras e enganos inocentes. Abandono meus prazeres e as amarradas do meu corpo que só fica sem movimento. Deixo meus agradáveis vícios, meus túmulos, meus mortos, meu núcleo fragmentado.
Mas nasci desta terra e sou para ela alimento, sou a dor e sofro por qualquer miserável, escolhi ser fraca e errar para aprender, mas aqui já não dá mais. O pássaros não me vêm e minhas asas molhadas pendem pra baixo, controlando o impulso do vôo, pesando meu bico a ciscar. Vou andando fingindo que minhas coxas são curtas e demorando no caminhar, os carteiros não entregam ordens telegramadas e as placas escritas em outro idioma dizem que é pra longe que devo ir. Sem ordem para o abandono do progresso e desistindo da luta pelo amor. Mas é assim que eu devo ir sem pensar que a desistência não será cobrada no futuro. As vezes desisto do futuro, mas logo penso que devo voltar a dormir e acordar. Novamente dia e noite, novamente são os livros que muito mais irão me ensinar.
Deixo este lugar pois que muito ja me enganei e fui julgada e flagrada no sono penitente da culpa. Este ano não contei os dias e me confundi na minha idade, meu século e meu sexo infeliz. As vezes mais muito menos que jogo os panfletos pro ar e saio correndo na ventania atirando ao acaso _ as balas voltam pra me perfurar.
Onde esta meu transparente sem mentira e véu?
Eu tenho mesmo que ir. Renascer, o que que há? Vou pra longe que me cansei das mesmas perguntas e das mesmas respostas que dou... cansei da facilidade da negativa. _ hoje eu não quero falar.
Eu mando notícias.