terça-feira, 27 de outubro de 2009

desgoverno

Nunca mais falará seus sonhos e planos. Não sussurrará na boca de outrem desejos. Não cantará pela língua alheia anseios. Clara água não mais beberá. Ficará pela Holanda, por entre bosques molhados e frios. Seu corpo estará suado, molhado e frio. Basta apenas um café produzido no Brasil, tão quente e borbulhante quanto o sangue de quem primeiro os plantou. Roda de vermelho e branco na saia, na lua, na bola, no dia de São Jorge. Tocando raízes com orelhas e olhos. Raízes lhe brotam à boca, raiz forte que toca o céu da boca, da lona, do chão. No céu e no chão. Continua traduzindo o tempo e lhe dando poucos minutos que lhe escorregam a mão. Escorregam-lhe as mãos por mais 12 mãos seguras.Nunca mais falará seus planos e sonhos. Abre os olhos num pesadelo e volta logo pro corpo num dia frio de chuva. Ele diz que não. Frases perdidas, olhares perdidos, traços perdidos, mãos perdidas. Oh!, a embreagem quebrou.

domingo, 18 de outubro de 2009

Tempo primeiro

Falta tempo neste relógio. A paciência flui, escorrega e assim me entrega. Oh querida!, pise em ovos e chicoteie seu coração. Seja você um faquir e cicatrize as molezas. Dura, pedra e chão. Fria e rastejante.
No entanto, o ar penetra mais úmido e o sol brilha em vermelho. Se és sangue e mineral talvez também alcances o verdadeiro. Desculpe ter rido de você. Não sei, eterna dúvida e gosto de desconfiar. Veja meu bem, o que seria o verdadeiro? e onde ele esta?
Tantos problemas em balões e as soluções encravadas em rochas.

Tempo segundo

Sonha soprando brisa pra lá. Pulmão fraco sopra pouco e o sonho escorrega. Corpo transcende, espírito voa. Sendo assim, parece que sonhas acordada, sonâmbula. De olhos abertos seus pensamentos já fugiram do buraco profundo chamado subconsciente.
Vai falar de objetividade, do que toca e vê. Que lamento, vale mais sonhar, imaginar o impossível porque sua força não alcança o factível. Ainda rio, rio por não encontrar o verdadeiro, aquilo que as pernas curtas almejam percorrer. E vá saber, talvez o caminho seja pedra, grama, brasa ou lama.
Talvez deus seja o próximo, o do meu lado. Coitado de deus, morto todos os dias, fuzilado por este olhar, desprezado. No entanto, deus é salvo por lágrimas e agradecimentos, piedade senhor.
Ainda rio. O deus morto tira seu sono. deus vivo lhe mostra um novo dia.