sexta-feira, 18 de junho de 2010

sonhos intranquilos



Tenho sim. São rodamoinhos. São longas estradas. As vezes, crianças desprotegidas. E têm também ondas fortes. Sensação de agonia e gritos de socorro no meio da noite. Acontece. Uma vez, pais exterminados, dedos cortados. Futuro indesejado. Entro a noite em labirintos de girassóis, todos voltados pra baixo, prostrados, esperando o retorno do desejoSol. Quando o corpo é cansado, pesadelo-sonho-acordado. Nas cidades alagadas, fantasmas molhados. Na Roraima sitiada, a crueldade da infância. "Acho que foi quando meu irmão me empurrou do velocípede". Ainda vejo o cavalo branco na estrada, na curva da ponte, levando minha proteção. Seguram meu pescoço. Eu seguro o fugitivo. Todos na banheira, que incrível a água do ralo voltando!Essa brincadeira não teve graça. Se tivesse, não seria de graça. Eu ando descalço no meio na cidade. Foi o coelho que me hipnotizou: Agora você pode me dar o anel?

Um comentário:

Unknown disse...

é muito bom!

a forma espontânea como passeia zonas tão íntimas... passa paz no fim das contas.

tranquilidade de estar em casa enlouquecida e humana.

acho que dá até pra entender! :D