terça-feira, 27 de outubro de 2009

desgoverno

Nunca mais falará seus sonhos e planos. Não sussurrará na boca de outrem desejos. Não cantará pela língua alheia anseios. Clara água não mais beberá. Ficará pela Holanda, por entre bosques molhados e frios. Seu corpo estará suado, molhado e frio. Basta apenas um café produzido no Brasil, tão quente e borbulhante quanto o sangue de quem primeiro os plantou. Roda de vermelho e branco na saia, na lua, na bola, no dia de São Jorge. Tocando raízes com orelhas e olhos. Raízes lhe brotam à boca, raiz forte que toca o céu da boca, da lona, do chão. No céu e no chão. Continua traduzindo o tempo e lhe dando poucos minutos que lhe escorregam a mão. Escorregam-lhe as mãos por mais 12 mãos seguras.Nunca mais falará seus planos e sonhos. Abre os olhos num pesadelo e volta logo pro corpo num dia frio de chuva. Ele diz que não. Frases perdidas, olhares perdidos, traços perdidos, mãos perdidas. Oh!, a embreagem quebrou.

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