segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Foi um júbilo muito intenso

Depois de ficar anestesiada com a realidade limpa e bela, de esquecer o sono e o corpo oco, mentalizo calma. A alma resplandece porque todas as palavras foram ditas. Tirei a roupa e esvaziei corpos magros e indecifráveis. Vá com calma. Todos os olhos, ouvidos e dentes eu vejo. Não mais a intuição de desvendar palavras no céu da boca. Não tem como desvendar olhos tão profundos, tristes e decepcionados. E que pena me dá ouvir a desaprovação, lamentos de fracasso. Quero sugar toda a tristeza, quero tapar os ouvidos e não escutar pedidos de desculpas que me atingem o peito.
Não às máquinas, à descrença, ao medo, à covardia, à demagogia, e às puras mentiras. E é tudo tão simples, letras e números. Para de falar e fazer promessas. Desacredite e não aguarde, não espere. Quantas expectativas cumpridas e comprovadas em lugares tão doces e calmos. Sem zíper, sem máscaras, tapas ou vergonha.
Sou o que se vê e não basta. O que vejo me agrada mas é impossível não temer o mundo cruel, não parabenizar a cegueira, não desconfiar de deus.

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