quinta-feira, 2 de setembro de 2010

participar

Tem um barco que navega, embarco quebra mar. Tem morena na espera, tem mangue a chorar. Se não faltasse tempo neste relógio, os guerreiros não estariam desaparecidos. E aqueles que fazem tesouros de imbróglios são tão loucos quanto vivos.
Eis enfim a natureza: é minha voz que imita vento, faz assovio, uiva sem parar. São meus braços os movimentos, balança água, faz onda murmurar. Deixe meu choro correr solto, tomar de volta o chão que sempre foi seu. Ai! que lamenta meu coração, que não repousa descanso, abrigo ou remanso, que absorve fluidos de águas que já foram claras, que faziam carinhos às margens e ganhavam algazarra de folhas: a pura alegria.
Cate-me, cata-vento, monumento e energia. São quentes as águas desse azul-barrento e a solidão de alguma forma acalenta peito, acalma vento; precisa ser diferente?

Um comentário:

Unknown disse...

Maravilha!

passeio poético pelas palavras, pelas ideias e mundo.

choro emplumado, incorporado de cheiros, climas, texturas.

um sonho titular, uma questão tangencial da loucura..

descoberta.

(dê uma olhada nesse blog: http://babacumcum.blogspot.com/2010/08/historia-de-maria-na-palhoca.html )

puro, e solto.

E lindo! Logo, lindo.
Esta realmente ótimo!